O aumento de microcefalia observado
inicialmente no Nordeste do Brasil, e depois em outros estados, deu margem à
suposição no público leigo de que as vacinas aplicadas na gestação poderiam
causar a microcefalia.
A influenza na gravidez é mais grave, e o aumento da
coqueluche em recém-nascidos e crianças nos primeiros meses de vida, levaram à
recomendação de vacinar contra influenza e coqueluche na gestação. O Centro de
Controle de Doenças dos Estados Unidos (http://www.cdc.gov/) tem vasta
bibliografia e informação sobre a aplicação das vacinas de influenza e dTpa
(tríplice acelular tipo adulto contra difteria, tétano e coqueluche) na gravidez,
mostrando a sua importância e segurança. A Organização Mundial de Saúde também
recomenda a vacina de influenza na gestação.
A contraindicação à vacina de rubéola (isto é,
dupla viral sarampo-rubéola e tríplice viral sarampo-caxumba-rubéola) na
gestação deve-se ao fato de que são vacinas vivas, e assim, por medida
prudencial e risco teórico, aconselha-se não usá-las na gravidez. O Brasil, em
virtude de suas campanhas de vacinação em massa, é um dos países que tem mais
experiência no assunto, com vários estudos publicados em revistas
internacionais indexadas. A aplicação inadvertida das vacinas contendo o
componente rubéola, ou de quaisquer outras, em mulheres grávidas, não acarretou
consequências nocivas para o feto. À
mesma conclusão chegaram a Organização Pan-Americana da Saúde, analisando os
dados da América Latina, e a Organização Mundial de Saúde, analisando os dados
de todo o mundo.
Há várias causas
de microcefalia, mas muitas evidências apontam o vírus Zika como o responsável
pelo aumento de casos no Brasil. Numa série de 35 casos investigados, todos
foram negativos para agentes microbianos que podem causar infecção congênita, inclusive
rubéola. O vírus Zika foi isolado do líquido amniótico de dois fetos
diagnosticados com microcefalia antes do nascimento, e o material genético do
vírus Zika foi identificado em vários órgãos, inclusive cérebro, de uma
terceira criança, que morreu logo após o nascimento.
Poderei enviar
aos interessados a literatura científica que dá suporte às afirmativas acima.
Reinaldo de Menezes Martins
Membro Titular da Academia Brasileira de
Pediatria
Olá Reinaldo!
ResponderExcluirToda informação confiável e baseada em evidências científicas também confiáveis é sempre bem vinda! Parabéns pela iniciativa!
Eu, Natália e os outros autores do Blog "Dotô, é virose?" gostaríamos de te convidar para fazer uma matéria para o nosso blog, sobre zika vírus, microcefalia e vacinas. O endereço do nosso blog é: dotoevirose.wordpress.com
A página no Facebook é: https://www.facebook.com/dotoevirose/
Seria ótimo pois somos defensores da divulgação científica e inclusive gostaríamos de saber das fontes da literatura científica que o senhor relatou.
Grande abraço!
Att,
Natália Lanzarini
Blog Dotô, é virose?
https://dotoevirose.wordpress.com/
e-mail: virosedoto@gmail.com
Cara Natália, gostei do blog de vocês. Vou enviar minha contribuição para o e-mail indicado por vocês. Abraços
ResponderExcluirReinaldo
Obrigada pela contribuição!
ResponderExcluirAbraços,
Natália